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O jornal impresso vai acabar?
O JORNALISMO IMPRESSO E A INTERNET.
Para evitar maiores problemas, a Associação Mundial de Periódicos apresentará até o final do ano um sistema que permitirá aos buscadores distinguir os textos com direitos de autor.
Via El Pais.
A decisão da Reuters segue a mesma lógica das montadoras de automóveis, o que nos deixa com sérias dúvidas sobre quais os valores jornalísticos que a agência pretende seguir daqui por diante. Nunca antes um órgão da imprensa mundial havia escancarado de forma tão brutal a idéia de que as redações estão se transformando em linhas de montagem da notícia.
Tudo bem que o blogueiro talvez não seja um jornalista profissional, com os quatro anos de faculdade e o bendito diploma pendurado na parede. Mas, não podemos negar que se a notícia precisa ser recente, imediata e tenha de circular, nada melhor que a blogosfera para fazer isso acontecer. Quanto a figura do editor, podemos entendê-la como os "outros olhos" sobre o nosso trabalho, ou como a censura que taxa o que sai ou não sai num jornal impresso.
Acabo de ler no blog Em cima da Mídia, de Mauro Malin, sobre a influência da internet no fazer jornalístico. Bom que eu tenha achado sobre o assunto em outro blog, já que a produção de jornalismo por pessoas comuns divide opiniões (vide os comentários do post anterior).
o jornalismo não é mais uma via de mão única, como tradicionalmente o compreendíamos. Com o aporte das tecnologias de informação e comunicação, o
jornalismo se transformou num diálogo e agora convive com instrumentos que
possibilitam o pleno exercício do chamado jornalismo-cidadão.
De toda forma, e malgrado as eventuais críticas que se façam ao jornalismo feito por não-jornalistas, uma certeza é inquestionável: a internet mudou radicalmente a prática jornalística. E o melhor da história é que esse processo está apenas começando. É um fenômeno do nosso tempo. Cabe a nós acompanhá-lo. E sobretudo compreendê-lo.
A mídia nacional e a mídia internacional estão lembrando de forma extensiva e intensiva o quinto aniversário da maior ação terrorista de todos os tempos. Mas o que sobrará desta cobertura amanhã, depois, ou na próxima semana?
Uma coisa é certa: os terrorismos precisam da mídia para aterrorizar. Mas a mídia não pode submeter-se ao terrorismo. Basta ter isso em mente.
Aliás, nunca o mundo digital apareceu tanto nas revistas de grande circulação nacional como agora. Depois da Época desnudar o mundo dos blogs, a Carta Capital mostrou os quinze sites que "mudaram o mundo". Até a Veja deixou de lado suas receitinhas de "como ser feliz" ou a "tragédia do governo Lula" para apresentar (na edição que chega às bancas segunda-feira) a revolução causada pelo YouTube.
É o online no impresso...
O grande desafio das revistas é deixarmos de ser editores de papel para nos transformarmos em editores de conteúdo em diferentes plataformas de mídia. É evidente o aumento da demanda do nosso leitor por informação vai além da revista. Ele quer informação em tempo real na internet, quer participar de eventos, quer uma dinâmica maior na informação do que uma revista pode dar.
Os jornais ajudam a fixar o sentido da nação e a reforçar nossa identidade.
Tempo, linguagem, comunidade e memória. O que nos faz nação está dentro do jornal...
Quem vai descrever, narrar a vida cotidiana para os que vierem depois? Os
escritores? Os colunistas? Os blogueiros? Talvez seja isso mesmo e esteja em
curso uma revolução na comunicação de massa da qual ainda não nos demos conta. O verdadeiro repórter não está nos bancos das escolas de comunicação.
Ser jornalista é uma profissão nobre ou não, como qualquer outra,
dependendo do uso que se faz dela, da ética de cada um. Ser repórter é estado de espírito, é pedreira, é escolher o caminho mais difícil pelo simples prazer da
aventura.